O problema em amar alguém ao estar longe (não longe por distância, mas por estar sem contato) é que é tudo muito fácil. É muito fácil ignorar e viver seus dias com seus amigos, curtir uma festa, encher a cara, rir de qualquer coisa, beijar qualquer pessoa. Fácil ficar mal, chorar, querer a pessoa de volta, querer desistir de tudo; de esperar, da vida, de si, da outra pessoa. A única coisa que não é fácil, é arrumar as coisas. A gente tenta crescer, tenta mudar, sabe? Mas e daí? Você muda de um lado e o outro continua lá: distante, receoso. Não, o maior problema mesmo de se amar alguém é que o AMOR; o verdadeiro, não sua paixonite do primário, é um sentimento tão complexo, tão incontrolável, que é maior que você, maior que suas vontades, maior que sua razão. É quase um indivíduo próprio, com suas vontades e ações. E nessas condições é que começam os problemas. Você erra por coisas que você não erraria em outro momento, mas na hora, cadê a razão? Cadê o bom-senso? Cadê qualquer coisa se não o impulso? Ah, o maldito impulso. Se eu não fosse uma pessoa impulsiva, você ainda estaria aqui do meu lado, sabia? Mas não, se amar fosse fácil não teríamos essa fissura pelo drama, pelo romance, pela arte que só provém de tal sentimento.
Ok, sou uma perfeita artista, uma ótima atriz, nota 10 em drama e quase tanto no romance, a troco de quê? Continuo sentindo sua falta. Vou sentir sempre sua falta, até se um dia estiveres ao meu lado novamente. Sempre senti sua falta, desde que te conheci. Se você está do meu lado, sinto falta de um passado mais longo conhecendo-te, um futuro sem limites pra te provar, te sentir, saber cada mínimo detalhe desse ser que tão facilmente me tirou de mim. Você o fez, sabe? Hoje não sou mais minha, sou sua, queira você ou não. Não me sinto completa, não me sinto incompleta, não me sinto, somente. E não consigo controlar essa coisa que me puxa pra perto de ti quando te vejo. Não consigo nem mesmo evitar te ver. Não consigo estar no mesmo lugar que você e simplesmente ir embora, algo me prende. É, talvez você esteja destinado a me aguentar, mesmo não me amando mais. Apesar, que… se acabou realmente o sentimento, não era amor. Infelizmente essa virtude foi somente sua. Não, infelizmente não, estou grata que tenha se livrado da Rainha Drama aqui. Virtude não exatamente, também, pois a Rainha Drama aqui será a única a te amar assim. Mas, o que posso dizer, não? Finais felizes são destinados à livros, à ficção. E à mim, pobre humana, resta somente admirar a verdade, medíocre realidade, o purgatório tão vívido que é viver sem ti.